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Esta Edi o do "LIVRO DO DESASSOCEGO", Ilustrada (mas n o colorida) com: Aguarelas, desenhos, gravuras e pintura do Artista-Pl stico Marcos Gir o, fiel Ortografia de: "Fernando Pessoa".Transpor para a tela a incr vel, perturbadora e universal obra Livro do Desassossego de Fernando Pessoa, reinterpretando o texto pessoano atrav s da cor e da criatividade incontida, do sono e do sonho imagem de Bernardo Soares. Marcos Gir o faz da arte a sua vida e da vida f -la sonho nas suas telas, nos seus tra os, formas, nas cores e materiais que usa na sua pintura no projecto Imagens do: (ou para o: ) Livro do Desassocego, recriando os passos de Pessoa, seus fantasmas, suas tens es, ironias e modernidade, constituindo a obra no seu conjunto uma leitura pict rica modernista e ao mesmo tempo vanguardista, nica na medida em que foi ou o nico pintor que ousou tratar pictoricamente esta obra pessoana, recriando os universos vis veis ou ocultos de Bernardo Soares atrav s do pincel, procurando manter a fidelidade ao texto, palavra pessoana, tornando-se, na minha opini o, num caso nico da pintura contempor nea Portuguesa. Se bem verdade que o texto pessoano vale por si mesmo, a leitura pict rica, c smica que Marcos Gir o faz dela com recurso tela, cor ao tra o, t cnica transfigura em boa medida o texto original, enriquecendo-o, dando-lhe outras leituras plurais poss veis num fluir torrencial de sentidos, met foras, imagens e rela es entre o mundo on rico e o mundo real do poeta autor e do pintor criador A portugalidade, o portuguesismo, no bom sentido dos termos, a alma lusa, e mesmo esse imp rio pessoano com ra zes em Padre Ant nio Vieira est o bem patentes nas telas de Marcos Gir o, no seu processo criativo quase vulc nico, um pouco semelhan a do autor do L.D., completando o texto original com o recurso imagem feita de in meras imagens, rostos com tra os ora a lembrar Picasso e as correntes inovadoras do in cio do s culo XX, a par das correntes mais recentes das d cadas de sessenta e setenta. S pela ousadia perante um texto de enorme complexidade, Marcos Gir o n o s actualiza o texto como tamb m nos d novas pistas de leitura luz da poca em que vivemos, tamb m ela de grande complexidade e profundas transforma es, sempre question veis, em que o Homem, o escritor, o poeta e o pintor se cruzam numa simbiose universalista que se constr i, desconstr i e reconstr i perante o olhar de cada observador, o ngulo, a perspectiva de vis o de cada um. Em resumo, Marcos Gir o apresenta-nos um Imp rio de sentidos e pensares plurais num outro imp rio - O Imp rio da Imagem, numa linguagem pl stica harmoniosa sem ntica e semioticamente rica em sinais, s mbolos e signos onde o todo do universo pessoano de Bernardo Soares se concentra, dialoga e se desdobra numa multiplicidade de sensa es imag ticas, num corpo onde o sujeito e o objecto po tico e pict rico da cria o art stica confluem e se fundem nas mesmas guas do oceano da imagina o. Se por um lado o pintor transborda numa harmonia perturbadora, o texto pessoano rompe com todas as margens e c nones atrav s da imagem interpretativa de Marcos Gir o. A poesia essencialmente magia m sica harmonia e cor da palavra, por outro lado a arte de Mestre Gir o tudo isso e muito mais: o sono e o sonho da borboleta da lend ria est ria de Zhuangzi. O projecto ILD marcar seguramente a hist ria port da pintura contempor nea e dar certamente um novo f lego leitura e reinterpreta o do Livro do Desassossego. Por isto, o que em si mesmo j n o pouco, e pela coragem de Marcos Gir o a literatura e pintura portuguesas est o de parab ns por este enorme contributo. Como diz o prov rbio chin s Vale mais uma imagem do que mil palavras Manuel Tavares de Pinho