A coragem não se dá apenas no campo de batalha, e como Sócrates bravamente lutou em Delium, mostrando extrema coragem, o general Laches permite que ele conduza a investigação entre este e outro militar de alta patente, Nicias, afim de aconselhar dois anciões sobre a educação de seus filhos. Devem eles treinar desde já no manejo de armaduras pesadas? Sim ou não? Mas deixar a investigação nas mãos de Sócrates é, e creio que Nicias o avisa, deixar-se levar a ter sua vida revelada, especialmente sua ignorância. Mesmo Sócrates tendo recomendado um bom professor de flauta e estando afinado no modo dório com a coragem, vale a pena incursar pela ética ao invés de escolher um dos lados?

Sobre a coragem deve se consultar um general, que afinal deve ter coragem. Mas ter não é saber. Certamente coragem não é segurar sua posição e não bater em retirada, e nem uma perseverança da alma (que afinal pode ser tola). A coragem envolve conhecimento do que causa terror ou confiança na guerra, como na vida, o conhecimento de bens e mazelas futuras. Mas esse conhecimento não se detém no futuro e assim se confunde com o conhecimento da virtude, do bem. ( )

Yet another good dialogue. ( )