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Gil Vicente

Author of Auto da Barca do Inferno

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About the Author

Includes the name: Gil Vicente

Image credit: Wikimedia Commons

Series

Works by Gil Vicente

Auto da Barca do Inferno (1517) 235 copies
Farsa de Inês Pereira (1941) 64 copies
Teatro de Gil Vicente (1953) 45 copies
Auto da Índia (1985) 30 copies
Os autos das barcas (1992) 25 copies
Três Autos (1971) 11 copies
Autos (1990) 8 copies
Lírica (1993) 7 copies
Teatro castellano (1996) 6 copies
Cuarenta años junto a Franco. (1981) — Author — 5 copies
Autos das Barcas (2007) 4 copies
Obras completas 4 copies
Obras de Gil Vicente (2012) 4 copies
Satiras Sociais (2000) 3 copies
Auto da Índia (2008) 3 copies
Auto de Mofina Mendes (2008) 3 copies
Auto da barca da gloria (1995) 2 copies
Monólogo Do Vaqueiro (1910) 2 copies
Farsas (2008) 2 copies
TRÊS AUTOS 1 copy
Poesía 1 copy
Inimigos 1 copy
Poesías 1 copy

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Common Knowledge

Birthdate
1465 c.
Date of death
1536 c.
Gender
male
Nationality
Portugal
Places of residence
Portugal
Occupations
dramatist

Members

Reviews

 
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Correaf | Feb 21, 2024 |
Ziguezagueando minhas leituras, logo após ler a Poética do Aristóteles e entender um pouco da tradição e da teoria dramática clássica e todas as suas unidades (de ação, de efeito, de tempo, até de linguagem), dou de cara aqui no Gil Vicente com um teatro que se desprende quase que totalmente desse molde clássico e, ainda sim, funciona muito bem obrigado.

Com cenas que não seguem linha específica e com uma procissão de personagens mesclados e tipificados; longe de serem amarrados por uma unidade de efeito narrativo-dramático, perdemos por um lado, a potência e o impacto da catarse — ou do que entendemos hoje como catarse — do teatro clássico, mas, de outro lado, ganhamos uma elocução divertidíssima, um desprendimento atrativo, um lirismo e uma linguagem cuidadosa, além da metrificação e versificação que deviam tornar as representações e o espetáculo muito vívidos; dependendo do meu humor, se me fosse permitido a escolha, preferiria muito mais assistir um espetáculo do Gil Vicente à uma tragédia grega. Há humores e humores.

Gil Vicente não faz aqui uma narrativa nem casual nem causal, o Auto da Barca do Inferno se assemelha mais a pequenas sketche cômicas, e seus personagens são todos alegóricos. Assim, compõe cenas célebres (na minha memória):
o fidalgo que manda o agiota ser cortês com o djabo, ambos já dentro da Barca do Inferno; o parvo que questiona ao diabo "é esta a NOSSA nau dos tolos?" a que o diabo responde: "nossa, não, VOSSA."; a cafetina que se julga santa por ter sido chicoteada em vida, ter cedido e convertido (à prostituição) muitas moças aos padres; o latim macarrônico e a soberba do advogado…
No entanto, o elogio que deve-se predominar, e a qualidade deste Auto ai está, é sobretudo na linguagem — irônica, variada, e intrincada. A moralidade do Auto é questionável e ultrapassada; se não irônica de inicio à fim. O que deve "ficar" é essa locução do Gil VIcente, que apresentava essas suas peças para a diversão de cortes, e nem por isso segurava a mão apesar com certos tipos sociais, não tinha dó (apesar de eu ter algumas dúvidas quanto até onde isso ia).

A edição anotada que li, do Francisco Achcar, ajudou muitíssimo, e certamente deixo como recomendação: além de uma boa introdução, tem ainda mais que um glossário, com explicações sobre palavras perdidas, palavras que perduraram até hoje, palavras que mudaram de significado, palavras que são referência à tal coisa ou personagem da época..., além disso a edição ajuda também na contextualização, imersão, e principalmente, na escansão, com descrições em como tal palavra era (e deve) ser pronunciada para encaixar na métrica do Auto.

No geral, uma boa obra, a mistificação de uma suposta dificuldade fez com que eu não a houvesse lido antes, mas como (quase) sempre, essas mistificações sempre se provam falsas ou exageradas, foi uma leitura agradável e divertida.
… (more)
 
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RolandoSMedeiros | 2 other reviews | Aug 1, 2023 |
«... de Gil Vicente, procedeu de uma visitação que o autor fez ao parto da muito esclarecida rainha D. Maria, e nascimento do mui alto e excelente princepe D. João, o terceiro em Portugal de este nome.» E foi—continua a rubrica—«a primeira coisa que o autor fez e que em Portugal se representou, estando o mui poderoso rei D. Manuel, a rainha D. Beatriz, sua mãe, e a senhora duquesa de Bragança sua filha, na segunda noite do nascimento do dito senhor.» «E estando esta companhia assim junta—conclue a rúbrica—entrou um Vaqueiro…» Senhoras e senhores: o teatro português vai nascer—e Gil Vicente vai entrar em scena!… (more)
 
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biclaranja | Oct 22, 2016 |

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