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Noël Carroll is Noel Carroll (1). For other authors named Noel Carroll, see the disambiguation page.

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Works by Noël Carroll

Post-Theory: Reconstructing Film Studies (1996) — Editor — 50 copies
A Philosophy of Mass Art (1998) 42 copies
On Criticism (2008) 28 copies
Theorizing the Moving Image (1996) 24 copies
Theories of Art Today (2000) 22 copies
Engaging the Moving Image (2003) 15 copies
Art in Three Dimensions (2010) 10 copies
La philosophie des films (2015) 3 copies

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Reviews

Noël Carroll tem um conhecimento extenso, de otaku de filmes de terror, e com essa base empírica caracteriza as obras de horror pela emoção que causam no espectador, de arte-horror, ligando o gênero à aparição de monstros (do dejeto, repugnante, intersticial, entre-categorias) além de uma explicação naturalista (não se trata de obras do fantástico, em que fica ambíguo se há o sobrenatural) e além da normalização do monstruoso em obras de fantasia (onde o próprio mundo fictício torna aquela entidade não anômala dentro dele). Essa emoção é teorizada dentro de uma esfera cognitiva, contra a noção de fazer-de-contas emocional e a de ilusão de medo e repugnância. Arte-horror é uma emoção genuína, advinda dos pensamentos entretidos, e que tem como modelo de resposta/comportamento emocional, aquele que personagens têm em relação aos monstros, dentro da narrativa ficcional, sem que seja necessário com isso uma problemática ideia de identificação com o personagem.

Carroll também caracteriza muito convincentemente os tipos de narrativa de horror em um principal, "o enredo complexo de descoberta", formado pelos momentos início, descoberta, confirmação e confrontação, em relação ao monstro, e com 14 combinações possíveis a partir desse quadro geral; adiciona também a ideia do enredo de extrapolador, em que um limite é ultrapassado, provocando o cenário de horror. Em ambas há um drama racional, de suspense sobre o encontro com o desconhecido, o que não se encaixa em nossas categorias existênciais cognitivas existentes. Essas narrativas são ditas eroteticas, porque articulam e costuram perguntas e respostas, e envolvem situações em que duas soluções possíveis, uma moralmente desejável e improvável, e outra malévola e provável, se confrontam, e a indecisão entre ambras deve contribuir ao nosso interesse. De modo que apesar do caráter negativo da emoção de arte-horror (que pelo seu lado de náusea, não poderia ser aproximado do sublime kantiano e muito provavelmente tampouco do burkeano), teríamos interesse nessa fascinação pelo desconhecido e desdobramento de enredos. E mesmo quando não há enredos: há toda uma esfera de elocubração onde co-existem arte-horror e fascinação, e a imaginação compensa a eventual repulsa que sentimos.
… (more)
 
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henrique_iwao | 2 other reviews | Aug 30, 2022 |
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Bastante satisfatório, com algumas ressalvas.

O livro de Carroll é uma introdução à filosofia da arte; mais especificamente, é um livro que gira em torno de uma questão central: "o que é arte?", à qual várias teorias foram propostas como respostas.

A exposição de Carroll é centrada em tópicos, no sentido em que tem foco nestas teorias propostas e não na posição particular de um certo autor em um período histórico. Portanto, há pouco interesse em discutir neste livro uma história da filosofia da arte neste sentido (apesar de Carroll oferecer algum contexto histórico a certas teorias). Assim, ao invés de sermos apresentados à concepção de autor X de arte, somos apresentados a versões gerais (às vezes específicas) de teorias à questão central da arte que foram endossadas e argumentadas de maneiras particulares por diferentes autores em épocas diversas na história da filosofia.

As teorias expostas por Carroll (com duas exceções notáveis) seguem a metodologia de análise conceitual: sendo o objeto de discussão filosófica conceitos e suas redes de relações com outros conceitos constituintes, a abordagem preferível para entender um determinado conceito problemático procede buscando as suas condições necessárias e suficientes para a aplicação correta do conceito a um candidato, o que resulta naquilo que Carroll chama de uma "definição essencial" do conceito. Assim, a maioria das teorias neste livro pode ser vista como tentativas de definições essenciais do conceito de arte, capturando as condições que permitem justificar a correta aplicação do conceito a uma obra ou artefato. Devido ao fato desta metodologia ser associada com o que hoje chamamos amplamente de filosofia analítica, pode-se entender melhor este livro como uma introdução à filosofia analítica da arte.

Os capítulos do livro são divididos em duas partes (com exceção do último capítulo): na primeira parte, é analisada a teoria principal em resposta ao problema; na segunda parte, é analisado o conceito central avançado pela teoria. Assim, por exemplo, no primeiro capítulo somos expostos em um primeiro momento à teoria representacional arte; num segundo momento, somos apresentados às teorias sobre o conceito de representação. A estrutura dos capítulos é razoavelmente simples, e costuma seguir este padrão: contextualização histórica do surgimento da teoria; exposição da teoria em alguma forma geral ou específica; apresentação dos argumentos a favor da teoria; vantagens em relação a outras teorias; objeções; resumo do capítulo e recomendações de leitura. (Por vezes a ordem de aparição dos argumentos e da teoria é invertida).

Há coisas que aprecio um tanto neste livro.

(1) A escrita de Carroll é uma das que primeiro vem à minha mente: o autor não mede esforços para ser o mais claro possível sobre os pontos centrais, argumentos, vantagens e problemas de cada teoria, providenciando sempre que possível exemplos famosos (e não tão famosos) da história da arte para ilustrar ao leitor certos pontos específicos e tornar sua leitura mais familiarizada.
(2) A abordagem dupla dos capítulos abre um espaço para discussões específicas de conceitos artísticos que dá uma riqueza e amplitude aos outros debates que ocorrem dentro da filosofia analítica do arte. Eu especialmente fiquei interessado pela breve discussão sobre o status ontológico de propriedades estéticas, assim como os debates sobre propriedades expressivas. Eu também acho que em diversos momentos o livro sugere maneiras interessas de formar interseções de filosofia da arte com outras áreas da filosofia, como epistemologia, ontologia e filosofia da mente.
(3) A abordagem centrada em tópicos ao invés de autores é libertadora, uma vez que não prende as teorias ao esquema conceitual específico de um autor particular e convida o leitor a pensar maneiras de contra-atacar e/ou reformular suas próprias versões de uma teoria, nem torna o livro em uma simples enciclopédia de posições altamente específicas sobre o que um autor determinado pensou. Nesse sentido a abordagem principalmente argumentativa do livro também merece aplauso em dar foco na exposição de razões em favor de uma tese e convidar o leitor a debater com as teorias (e, por vezes, com o próprio Carroll). Este aspecto mais engajador do livro é o que espero de um livro didático de filosofia, e acho que professores podem aproveitar muito seguindo seu modelo argumentativo em suas aulas expositivas.

Dito isso, tenho também alguns problemas.

(1) Carroll é um ótimo expositor, mas também é um filósofo com seu próprio posicionamento em vários desses assuntos. Apesar de tentar parecer neutro, ele claramente favorece algumas teorias sobre outras como a melhor resposta, e fortemente argumenta contra posições específicas (p. ex. projetivismo sobre propriedades estéticas no capítulo 4). Isso por si não destrói a leitura nem diminui o valor do livro, mas é um aviso útil ao leitor interessado.
(2) Carroll gosta de deixar bem claro o ponto de uma teoria. Por vezes no entanto ele vai um pouco além do necessário, e acaba por repetir mais de uma vez o mesmo ponto em vários momentos do mesmo capítulo. Apesar de oferecer vários exemplos diferentes para o mesmo ponto, isso pode tornar a leitura bastante cansativa em alguns momentos do livro. Felizmente, não é algo que ocorre com muita frequência.
(3) Apesar de dar espaço a discussões sobre conceitos centrais em filosofia da arte, eu ainda sinto que Carroll deixa de lado alguns problemas que, mesmo não sendo tão centrais, são de interesse crescente na filosofia da arte. Os paradoxos da ficção e da arte dolorosa, o problema da expressão musical e discussões acerca da relação entre valor artístico e valor moral, assim como discussões sobre a interpretação de obras de arte poderiam ter sido abordados, alguns até mesmo em capítulos já existentes.

No geral a minha leitura deste livro foi ótima e em muitos aspectos esclarecedora e engajadora. Apesar de alguns pequenos defeitos de escrita e de deficiência de conteúdo, acho que é uma ótima introdução a quem está interessado em estética e filosofia da arte, e eu consigo mesmo depois da leitura me ver o utilizando para propósitos além de estudos pessoais. Recomendado.

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Pretty satisfying, with some reservations.

This book by Carroll is an introduction to the philosophy of art; more precisely, it's a book that revolves around a central question: "what is art?", to which various theories were proposed as answers.

Carroll's exposition is topic-centered, in the sense that it focuses not on specific authors in certain periods but rather the theories themselves. So there's very little interest here in discussing the history of philosophy of art in this sense (even though Carroll does offer some historical context for some theories). So instead of being presented to author X's conception of art, we're presented to general versions of theories to the central question that were endorsed and argued for by different authors in diverse manners throught the history of philosophy.

The theories presented (with two notable exceptions) follow the methodology of conceptual analysis: since the subject matter of philosophical discussion are concepts and their relation networks with other constituent concepts, the best approach for understanding a problematic concept proceeds by searching the necessary and sufficient conditions for the correct application of the concept to a certain candidate, which results in what Carroll calls an "essential definition" of the concept. So the majority of the theories presented in this book can be regarded as attempts at an essential definition of art, capturing the conditions which permit justification for the correct application of the concept to an object or artefact. Since this methodology is frequently associated with what we broadly call analytic philosophy, the book is best understood as an introduction to the analytic philosophy of art.

The chapters in the book are divided in two parts (with the exception of the last chapter): the first part presents us and analyses one of the main theories that tries to provide a definition of art; the second part analyses the central concept advanced by the theory. So e.g. in the first chapter we're first presented to the representational theory of art, and then we're presented to theories about the concept of artistic (pictorial) representation. The structure of the chapters is fairly simple and usually follows this pattern: historical contextualization; exposition of the theory; arguments in favour of the theory; advantages the theory might have compared to others; objections; summary and suggested readings.

I appreciate quite a bit some things in this book.

(1) Carroll's writing is superb: he tries to be as clear as possible when talking about the crucial points, arguments advantages and problems in each theory, always enriching the exposition with famous (and not so famous) examples from the history of art to illustrate his points.
(2) The double apporach to the chapter structure leaves some space for more specific discussions about artistic concepts which enrich and broaden up the scope of the debates contained within contemporary philosophy of art. I became specially interested in the discussion about the ontological status of aesthetic and expressive properties. I also think that at various points the book suggests some interesting ways in which philosophy of art can overlap with other areas of philosophy, such as epistemologia, ontology, and philosophy of mind.
(3) Carroll's topic-centered approach is liberating, since it doesn't subject the theories to an specific author's conceptual scheme, and invites the reader to think of novel ways he can respond to some of the theories and reformulate some others so they can escape the objections raised against them. It also stops the book from becoming a simple encyclopedic summary of highly specific positions endorsed by certain philosophers throught history. In this sense the approach also merits some applause for its main concern being the exposition of arguments in favour of the theses, and inviting the reader to a debate with them. This is what I expect from a good introductory book to a philosophical subject, and I think philosophy teachers can make good use of the book by following its argument-centered apporach when giving classes.

With all that said, I must also say I have some problems with the book.

(1) Carroll is very good at presenting a theory, but he's also a philosopher with his own position with regard to a lot of the subjects treated in the book. Even though he tries to stay neutral on the topics, he clearly favours some theories over others as the best answer to a problem, and sometimes throughtly tries to refute some of them (see e.g. his discussion of aesthetic properties, ch. 4). This doesn't really ruin the book or anything, but it might be good for the reader to have this in mind before exploring it.
(2) Carroll really likes to clarify what a theory says. Sometimes, however, he overdoes it and ends up repeating a lot of the points more than once in the same chapter. This can make the reading a bit tedious at times, but fortunately it doesn't occur that often.
(3) Even though he discusses some central topics in the philosophy of art, I still think that Carroll leaves behind some problems that have been receiving increasing attention in the field. The paradox of fiction, the paradox of painful art, the paradox of musical expressiveness and discussion about the relation between artistic values and moral values, as well as discussions about the interpretation of artworks could have been analysed in the book, maybe even in some of the already existing chapters.

In general, I feel my reading of the book to have been clarifying and rewarding. Despite some small problems with the writing and lack of some discussions, I think this is a great introduction to anybody who's interested in aesthetics and philosophy of art, and I can see myself using this book for purposes other than personal studies in the future. Recommended.
… (more)
 
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iogavagai | Jul 31, 2021 |
Short and informative but incredibly dry and not very engaging book about the very concept of humor. Very intellectual but not an easy read.
 
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trile1000 | Jul 27, 2018 |
The subject of the book is interesting to me, however, the author's style is difficult to read. It does feel like a scientific monograph that does not have any reader in mind sometimes.

Also, the author is keen to push his own understanding of what counts as "horror", to define it as something that a) features monsters b) those monsters are repulsive, which leaves quite a lot of fiction typically understood as "horror" unaccounted for. He does notice that, and delegates such fiction to "thriller" or "doom" category, but I still think that it should have been seen as an integral part of horror, as it elicits pretty much the same reaction in people, usually placed on the same place in stores, and people seek it out for the same reasons.
Yet the whole thesis of the author hinges on defining horror as featuring "repulsive monsters", which allows him to use Purity and Danger-inspired framework for analysis.
… (more)
 
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Beholderess | 2 other reviews | Dec 17, 2013 |

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